Logística da Gênesis: Itália

Itália

Península Itálica

Sudoeste da Europa

..."o fogo arde por todo canto, queimando corpos e casas. A noite é vermelha, banhada em luz de guerra. O riso dos vencedores ecoa pelas ruínas. Troia sucumbiu"...

"Perdidos nas sombras, os poucos sobreviventes do grande desastre, reúnem-se para fugir. Levam luto e amargura, mas acalentam a vaga esperança, de poder reconstruir a vida em algum lugar do mundo.

Misturado aos outros, protegendo o filho e levando seu pai nos braços, Enéias pensa nos dias melhores que hão de vir.

A cidade começa a ficar distante. O crepitar do fogo já não fala do medo, e o riso dos soldados é abafado pelo barulho de pés amassando as folhas secas."

Abaixo, a mesma cena do quadro"A Fuga de Enéias"é retratada. Enéias carregando seu pai Anquises filho de Afrodite - Vênus na Mitologia Romana.

De repente, Enéias pressente uma ausência. Com os olhos, busca o rosto de Creúsa, e, não a encontra mais a seu lado.

Desesperado volta à cidade. Esquecendo-se dos inimigos grita o nome da mulher amada, porém não recebe resposta.

Sua voz rouca de dor enche as ruas tumultuadas e se mistura aos gritos de vitória.

Como louco, Enéias chama, corre e procura. Súbita e silenciosa, uma sombra lhe barra o caminho: Creúsa.

Seu olhar, prende-se no infinito. A voz nascida do mais profundo espaço, aflora aos lábios em palavras de consolo. Pede a Enéias que não chore, pois uma nova terra o espera e outros braços o acolherão. Ele não reinará apenas em terras distantes, mas também num coração estrangeiro.

Dizendo isso, a sombra desaparece. Deixando suspensas no ar as mãos de Enéias impotentes para prendê-la. Deixando entreaberto seus lábios que tinham tanta coisa para dizer...

(Mitologia Abril Cultural volume III pg 673/674)

O mito de Enéias glorifica as origens obscuras da civilização romana.

Com a expansão de Roma, os escritores tentam criar uma tradição mítica, que pudesse se fundamentar na antiguidade e na ascendência divina.
Dessa forma os romanos procuravam vencer seu descontentamento, face à superioridade cultural dos gregos, pois Enéias sendo Troiano, representava em si mesmo, um inimigo dos gregos que não sucumbiu a eles.

Os romanos incorporando à sua tradição o mito de Enéas, personagem homérica de origem divina pois era filho da deusa Afrodite-(Vênus). Com isso os romanos respondiam a duas necessidades fundamentais de sua cultura, por um lado dignificavam a origem de Roma, que sempre negou um passado obscuro de simples aldeia agrícola.

Por outro lado, impunham-se como um mundo separado da Grécia, cuja grandeza, provocava neles uma hostilidade mesclada de inveja.

Enéias saiu de Troia e se estabeleceu no Lácio.

Seu filho Ascânio o sucedeu no governo de Lavínio, mais tarde porém, cedeu o trono a seu irmão Silvio e fundou para si a cidade de Alba Longa.

Em Alba Longa, algumas gerações depois de Enéias, nasceriam Rômulo e Remo, os gêmeos fundadores de Roma, filhos da lendária Rhea Silvia, filha de Numitor, rei de Alba Longa, que foi obrigada por seu tio Amúlio, usurpador do trono, a servir como vestal; assim obrigava-a à castidade, impedindo-a de ter filhos que quisessem reconquistar o poder.

Marte e Rhea Silvia - Federico Barocci

https://pt.wikipedia.org/wiki/Reia_S%C3%ADlvia

Entretanto seduzida por Marte, Rhea Silvia deu à luz gêmeos, Rômulo e Remo, que logo após o nascimento foram...(mitologia Abril Cultural volume III pg 673/674)

Rubens-Peter Paul

1614-1616

... isto é parte da estória narrada no poema épico latino "Eneida" escrito por Virgílio no século I a.C, narrando a saga de Enéias, um troiano que é salvo dos gregos em Troia, viaja errante pelo mediterrâneo até chegar na península itálica.... Seu destino era ser o ancestral de todos os romanos.

Estória esta, encomendada pelo imperador Augusto, para que cantasse a glória e poder do Império Romano e também indiretamente a grandeza de Cesar Augusto.

Virgílio terminou de escrever Eneida em 19 a.C.

Muitos dos episódios de Enéida que narram um tempo mítico, tem uma sincronicidade correspondente com a realidade de Augusto, por exemplo:

A batalha de Áccio - 31 a.C perto de Áccio na Grécia.

Otaviano, lutou contra os generais romanos para assumir o poder.

30 a.C Cleópatra é derrotada em seu complô junto com Marco Antonio para derrubar Otaviano, e comete suicídio e o Egito é anexado ao Império Romano.

27 a.C Otaviano recebe o título de Augusto. Nos 41 anos de reinado, Otaviano acabou com um século de conflitos e iniciou um período de 200 anos de paz e prosperidade, época esta chamada de PAX ROMANA, data convencionada pelos historiadores como o início do Império Romano.

Cronologia da história da Península Itálica

Principais Fatos

1.000 aC - os Etruscos se instalam entre o Rio Pó e a Campânia.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Etruscos

800 aC -Inicio da colonização grega na península itálica.

700 aC - Domínio etrusco

509 aC - Fim do reino de Roma e fundação da República Romana

27aC - Início do Império Romano estabelecido pelo Imperador Augusto

476 d.C - Queda do Império Romano do Ocidente, em virtude da invasão dos povos germânicos.

568 d.C - Os lombardos invadem e ocupam a região norte da Península Itálica.

878 d.C - Os árabes dominam a região da Sicília.

1061 d.C - Ocorre a ocupação dos povos normandos na região da Sicília.

Século XIII - Ocorre o primeiro domínio político das grandes cidades-estados: Veneza, Gênova, Milão e Florença

Século XVI - A península itálica torna-se o berço de um importante movimento cultural e artístico: Renascimento.

Séculos XVII e XVIII - domínio austríaco e espanhol na Península Itálica.

1713 - Grande parte do território do norte da Península itálica passa para o domínio austríaco.

1861 - Unificação da Itália. Proclamação do Reino Itália com Vittório Emanuele como soberano.

1870 - A cidade de Toma, torna-se a capital da Itália moderna.

1922 - Após a marcha sobre Roma os fascistas, liderados por Benito Mussolini tomam o poder na Itália e implantam o regime totalitário.

Em 1939 - a Itália ao lado de Alemanha e Japão (Eixo) participam da Segunda Guerra Mundial. A Itália sai derrotada e Mussolini é assassinado pelos antifascistas em 1945.