Nebulosa Carina

Nebulosa  Carina
Nebulosa Carina

FLAVIO SIQUEIRA - descomplicações

http://flaviosiqueira.com/


Dedico esta página ao extraordinário Flávio Siqueira. 

Si queira ou se não queira é uma mente lúcida, límpida e reluzente, é um cristal... amigo fraterno das mentes inquietas....




Não estou criando ...  apenas copiando-o, me lapidando com a riqueza de suas palavras com suas expansões preciosas, precisas, diretas...  


       
       Obrigada Flávio Siqueira







         ouvi o vídeo "O que é a verdade''

incrível pois o texto abaixo eu já havia escolhido....





Verdade

Nós serem humanos somos estranhos, construímos civilizações, leis, regra, religiões e tudo o mais, e, nos esforçamos para nos adequar, nos respeitar, enquanto nossos interesses se mantenham resguardados.
Pensar sobre a verdade pode ser perigoso, se resolvermos ir além da superfície e mergulharmos a cabeça até enxergar só um pouco mais, percebemos o quão frágeis são nossos conceitos de verdade, especialmente porque ninguém sabe de fato o que ela é. Dá medo relativizar absolutos e assumir que tudo o que temos é quase nada, e o que pensamos saber é muito pouco.

Quando nos flagramos com nossas caixinhas nas mãos, aquelas que achávamos suficiente para guardar o que não cabe, controlar o incontrolável, domesticar o essencialmente selvagem, e tudo o que resta é assumir que minhas leis, regras, verdades são apenas periféricas, importantes para que vivamos em sociedade civilizadamente, nada além disso. 
Se não conseguimos controlar a verdade e não conseguimos explicá-la, resta apenas reconhece-la em fragmentos de verdade onde nunca se imaginava encontrá-los.
A verdade se experimenta, se vive, se aplica em olhar de quem não se atreve a julgar, não se apressa em condenar, não se coloca na posição de juiz de ninguém, porque em matéria de verdade somos leigos, meros aprendizes.




Finalmente acordar


Não há dia que eu  deixe de ser confrontado com minhas ambivalências, com as contradições presentes em minhas escolhas, quando sou quem acho que não seria, quando  encontro  descompasso entre o que estou sendo e o que penso ser, entre o agir e o querer, entre o mundo que cresce para o lado de dentro e o mundo que vivo no lado de fora.
Não sei amar mas tento praticá-lo.
Não sei perdoar, mas todo o dia tenho oportunidade  de exercê-lo.
Não sei ser bom, mas a vida me enche de chances para que eu seja.
Não sou humilde, mas seria tolo se não admitisse que falta de humildade mata, por isso exercito, por isso caminho, por isso quando me canso, sei que logo me renovo, por isso prossigo, sabendo que em cada dia, a chance de dar mais um passo, de experimentar um pouco mais, de perceber, de enxergar, de finalmente acordar.



Como Controlar a Raiva


Quando sentir raiva, observe-a.
Tente por um momento observar como ela te modifica. Como fragiliza suas convicções, como te animaliza, te expõe.
Não tente deixar de senti-la, nem lute contra ela, isso a fortalece. Apenas observe sua raiva, isso é projetar-se sobre ela é jogar luz nessa parte escura, a escuridão se dissipa com a luz. A raiva se dissolve sob a luz da consciência que por sua vez se desenvolve e aprende a enxergar.
Na verdade foi o que eu acabei fazendo, me observei! as minha mente ficou inquieta... faziam perguntas que me incomodavam, tipo porque tu ainda tens raiva? Tu sabes o que acontece no teu corpo quando sentes raiva? Porque isso ainda não mudou?... Como calar essa voz e não se incomodar com ela?
- Você não se observou, você se analisou. São coisas diferentes, na observação não há perguntas nem julgamentos, na análise há.
A consciência apenas vê, não faz análise moral, simplesmente se desloca do ego e tenta enxergar-se.
Tente, e quando as perguntas vierem não tente respondê-las, não dê bola, não as alimente. Isso faz parte de um recurso mental que tenta sobrepor-se a consciência, e se alimentado, piorará a situação, porque provocará culpa, não faça juízo, nem perguntas, nem tente respostas. Só  observe-a,  e, a paz dissolverá a raiva. 




Preencher-se

Preencher-se de Deus, é aceitar que ele vive na gente e a gente nele.
Vive como possibilidades, como acolhimento, como possibilidades de conexão com a vida, com os outros, mas sobretudo, com nós mesmos.
Este entendimento tão simples, é suficiente para que toda nossa percepção de vida, se desloque de dentro para fora, do auto enxergar-se, para vincular-se a todas as outras dimensões de vida


Silêncio






Aquietar-se








Pacificar-se


















O que Somos





A tal nova era do despertar novembro 25, 2014 

Talvez você não fique confortável com o que vai ler. 
Especialmente se está entre tantos que acreditam que a humanidade está em um processo de despertar, como se uma nova era de paz e amor estivesse despontando no horizonte, criando um novo mundo onde a paz e o amor predominarão.


Pessoalmente não penso exatamente assim. Vejo que desde sempre a humanidade cumpre seus ciclos, ora mais voltados para a espiritualidade, ora para o materialismo. Desde as primeiras manifestações de cultura humana representando nossa vocação para seres que buscam transcendência, até épocas sombrias como impérios sanguinários. Repare que, assim como a natureza se equilibra, a humanidade faz esses movimentos frequentemente, seja entre a inquisição na idade media e o iluminismo no século dezoito. Mais recentemente, já no século vinte, houve forte influência da ciência, da psicologia, de descobertas fantásticas que sinalizavam que o acesso à todas as respostas era apenas questão de tempo. Foi um período de enfraquecimento religioso que, mais adiante, já depois da metade do século, retorna de outro jeito, acompanhando uma serie de transformações políticas, sociais, sexuais e religiosas, culminando já no fim da década de oitenta (com a queda do muro de Berlim) com o que hoje se compreende por período pós-moderno. Vejo com frequência troca de símbolos. Diminuiu a quantidade de gente que aceita a infalibilidade papal, aumentaram os que projetam sua fé me gurus. A reza do terço ficou para as senhoras de idade, o mantra para os mais jovens e místicos. A força de influência do cristianismo diminui no mundo enquanto crescem as filosofias orientais e o número de muçulmanos. Não vejo com tanta frequência imagens de santos em casa, mas vejo foto de mestres, deuses hindus, budas e afins. Usamos outra linguagem para dizer as mesmas coisas. No entanto, se olharmos para os corações, continuaremos vendo os mesmos conflitos, as mesmas dores, medos enraizados que não mudam porque trocamos os símbolos, que continuarão ali, mesmo que troquemos a missa pela meditação, a reza pelo mantra. Sinceramente não percebo mais amor, mais consciência, mais entendimento espalhados pelas cidades. Vejo mais distração, mais vacuidade, mais resignação em permanecer o que sempre fomos, apenas trocando os símbolos. Apesar do meu aparente ceticismo, creio na mudança de mundos, especialmente quando uma pessoa desperta em consciência.

Esse deixa de se impressionar com o lado de fora e volta seus olhos para onde de fato as coisas acontecem, dentro. Exterioridades refletem movimentos cíclicos, culturais, históricos, presentes desde sempre, mas não refletem necessariamente mudanças de consciência. Deixemos de nos preocupar com isso e passemos a olhar para o universo que nos habita. Pessoalmente não creio que nosso planeta será um paraíso, muito pelo contrário. No entanto, acredito em universos que mudam, consciências que acendem sempre que enxergam, sempre que se expandem e deixam a “caixinha”, respondendo as demandas do cotidiano em amor. Pensar que o mundo está mudando pode ser estimulante, mas como responder ao fato de que o mundo que deve mudar é você? Cuidemos do mundo que somos, cresçamos em consciência, menos impressionáveis com símbolos, mais atentos aos conteúdos. Tudo muda quando muda na gente. Gente: o único universo possível, a única esperança para genuínas revoluções, revoluções individuais, por isso incomodas, por isso pouco valorizadas.

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